terça-feira, 7 de junho de 2011

Muito prazer!

Sou o homem contemporâneo!

Eu ando, eu vejo e sinto que cada vez mais não percebo. Meus olhos, antes eram chamados de janelas da alma. Hoje, não há mais janelas; Há apenas buracos que sugam imagens e as jogam pra fora na mesma velocidade. Meu observar se perdeu, meu vivenciar se confundiu e passo por uma fumaça consequente de uma explosão qualquer que, ao meu ver, bagunçou tudo em minha volta!
A natureza traduzindo sua própria beleza, a criança mostrando seu sorriso sincero, as cores das plantas verdes e únicas, as pipocas doces, rosas e cheirosas fazem parte de um grande entrosamento que traduz e encrementa o cotidiano, mas não percebo. Sinto que vejo vulto, sinto que consigo apalpar o vento e tocar o barulho, mas não enxergo, e quando enxergo, não absorvo.
Não absorvo mais nada a minha volta. Não absorvo a cidade. Apenas passo por ela. Não absorvo mais as pessoas, nada mais me toca. Me fecho a todo mundo e eu defendo isso como o certo. Apenas passo pela minha rua e posiciono o meu bairro como uma rodoviária, onde a partir dele, posso chegar a outras e outras... Assim, eu vivo.

Sou um homem contemporâneo, focado na minha existência e não em como as múltiplas existências podem interagir com a minha.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

circulo

Todos os dias eu acordo, escovo os dentes, abro a geladeira, fecho a geladeira, ligo a tv, tigo o pc, checo uns emails, como pão com manteiga e bebo café forte, tomo banho, escolho a roupa, me visto, escovo os dentes, sujo minha camisa de pasta, limpo a pasta marcada na minha camisa, coloco o tênis, arrumo os textos na mochila, dou tchau à minha mãe, vou andando ao ponto, penso no dia, pego o ônibus, vou à faculdade, assisto aula, assisto aula, assisto aula, volto pra casa, ligo a tv, ligo o pc, checo uns emails como pão com manteiga e bebo café forte, tomo banho, escolho a roupa, me visto, escovo os dentes, sujo minha camisa de pasta, limpo a pasta marcada na minha camisa, coloco o tênis, arrumo os textos na mochila, dou tchau à minha mãe, vou andando ao ponto, pensando no dia, pego o ônibus, vou à faculdade, assisto aula, assisto aula, assisto aula, volto pra casa, ligo a tv, ligo o pc, checo uns emails como pão com manteiga e bebo café forte, tomo banho, escolho a roupa, me visto, escovo os dentes, sujo minha camisa de pasta, limpo a pasta marcada na minha camisa, coloco o tênis, arrumo os textos na mochila, dou tchau à minha mãe, vou andando ao ponto, penso no dia, pego o ônibus, vou à faculdade, assisto aula, assisto aula, assisto aula, volto pra casa, ligo a tv, ligo o pc, checo uns emails como pão com manteiga e bebo café forte, tomo banho, escolho a roupa, me visto, escovo os dentes, sujo minha camisa de pasta, limpo a pasta marcada na minha camisa, coloco o tênis, arrumo os textos na mochila, dou tchau à minha mãe, vou andando ao ponto, pensando no dia, pego o ônibus, vou à faculdade, assisto aula, assisto aula, assisto aula, volto pra casa, ligo a tv, ligo o pc, checo uns emails como pão com manteiga...

Me canso de tudo isso, mas não mudo nada porque descansei no meu próprio cansaço.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Salvem a noça EDUCAÇÃO!!

Nosso país encontra-se entre os 60 (ranking de 70 países) nos indicadores de qualidade na educação. O fato é que o Brasil vive uma doença crônica na educação. Nesta terra bonita por natureza, Municípios criam leis de aprovação automática no ensino fundamental, Universidades Públicas são sucateadas e, ao mesmo tempo, "inchadas"de alunos, sem investimentos em infraestrutura. Há poucos investimentos na atualização da didática de professores e o ensino de base as nossas crianças, cada vez mais é deixado em segundo plano.
A leitura não é incentivada e assim, as crianças passam de série e estagnam no ensino médio, raras são os que chegam ao ensino superior. Ainda no Brasil, é pequena a cultura de "3° grau", poucos tem acesso à Universidade.
Talvez, isso possa ser reflexo de um passado de muita exploraçao. Quando Portugal tomou posse das terras brasileiras, a ordem foi sugar tudo que a terra tupiniquim poderia oferecer, muito foi explorado e pouco foi investido. Ao começar pelos primeiros cidadãos brasileiros vindos de Portugal.
Portugal não investiu na criação de Universidades no Brasil. Universidade, pra quê? O povo brasileiro não precisa de conhecimento!! O povo do Brasil tem que ser explorado para nos enriquecer! Não podemos dar acesso a um espaço onde se discuta e produza conhecimento, porque queremos que eles produzem mais cana-de-açúcar!
Enquanto na Europa, há séculos já havia Universidades, a primeira Universidade de Portugal foi fundada em 1290! Não precisamos ir tão longe, Argentina no século 17, mais precisamente 1613, fundava a sua primeira Universidade... Enquanto no Brasil, Universidades, de fato (não falo faculdades) são recentes.
Temos pouquíssimos investimentos na Ciência, na Pesquisa, e isso faz com que grandes mentes não tenham espaço no mercado brasileiro, tendo que procurar por grandes oportunidades em outros países. O salário é baixo, estagiários bolsistas ganhando 360 reais mensais (com grandes atrasos), porque além de o mercado de Pesquisa ser restrito, os investimentos também são.
O empreendedorismo e a inovação ainda são pouco explorados nas Universidades brasileiras. O ensino da Ciência ainda é resumido em DELTATÊ, DELTAVÊ... Não há laboratórios na maioria esmagadora das escolas públicas brasileiras de ensino médio. O inglês se resume a verbo to be. A arte se resume em corte e colagem, e pouco se tem falado sobre os artistas brasileiros que fizeram e fazem história para a nossa Nação. Assim, a criança torna-se um adulto sem saber quem são grandes nomes, como Chico Buarque, Tarsila do Amaral e Nelson Rodrigues.
É lamentável, triste, saber que um país como o Brasil estabelece um descaso muito grande com a educação, entra ano e sai ano e nada é feito, construir escolas em 3 favelas pacificadas, dar notebook a professores não é a solução! A solução é realmente fazer uma revolução na educação!
Democratizar o ensino superior, aliando a melhorias significativas no ensino de base, para que permita acesso igualitário, aliando também à melhoria estrutural das Universidades e à formação plena dos professores, sejam eles doutores ou não.
Novos governantes, não "façam à Cátia" para esse assunto. Cidadãos, não se conformem com as migalhas que o governo oferece.

sábado, 13 de novembro de 2010

SOBRE A VIDA

O século 21 chegou, e trouxe consigo inovações e idealizações de processos sonhados no século 18, pensados no 19, e planejados no 20. A tecnologia avançou muito, visando melhorar a qualidade de vida, otimizar recursos e tempo. O que não temos como duvidar é que o homem sempre busca avançar a ciência, a tecnologia, para trazer acima de tudo conforto, bem estar físico, mental e social.
A vontade de conquistar é inerente ao ser humano e esta vontade permeia às buscas, às pesquisas e a vida do homem agente descobridor.Ele quer descobrir o desconhecido, explorar o que não encontrou, buscando respostas para questões, e quando não as acha, eleva para a fé.
Mas ainda há algo que não fora conquistado pela humanidade: a longevidade. Longevidade esta que o dinheiro não compra, que a tecnologia ainda não descobriu, embora a ciência tente alternativas para driblar e evitar doenças - de fato até uma boa aliementação faz prolongar nossa vida - a fatalidade, a ciência, a alimentação, a tecnologia ainda não conseguiram vencer!
Coisas ruins acontecem, e o mais temido bate à porta! A morte vem, e não podemos fazer nada. Tampouco mudarmos o destino que já foi escrito para nós. Não! Não podemos! E esta impotência faz o ser humano não se conformar e buscar sempre argumentos para justificar seu fracasso.
A morte nunca será entendida pelo homem, este, finge que a aceita, admite que é a única certeza da vida. Mas de fato ele tem medo de morrer; Tem medo desta iminência. Daí, tem-se o descompasso entre o homem descobridor, desbravador e pesquisador, e aquele que não consegue driblar o fim da sua própria existência.
Embora haja a incerteza sobre o fim da linha, enquanto houver vida, não deixe de cultivar coisas simples e singelas para o bom convívio com o seu próximo. Invista no bem e se eternize através dos seus atos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

EU SOU

Eu sou um rascunho.
Tudo meu é esboçado, riscado e manchado;
Tudo foi escrito a lápis, para facilitar o apagar e reescrever.
Tentaram tinta, pena, mas viram que as manchas demorariam a sair.
Olharam e viram que a tinta era eterna.
O rascunho nunca foi passado a limpo.
Sempre muito usado, amassado, dobrado em formato "bolso"...
O rascunho persiste.
E tentam inserir coisas novas, riscam-se bastante.
Incluem algo com uma seta, e rabiscam mais,
de repente passa um X em tudo e reescreve, começa do 5, porque do ZERO, teria que voltar à origem de muita coisa, inclusive à confecção do suporte.
Não sou qualquer material, sou de única vida, que talvez, não sairá de um papel.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rejazz

Algumas canções falam por si só.

Rejazz - Regina Spektor

Thought I'd cry for you forever
But I couldn't so I didn't
People's children die and they don't even cry forever
Thought I'd see your face in my mind for all time
But I don't even remember what your ears looked like

And the clock still strikes midnight and noon
And the sun still rises and so does the moon
Birds still migrate south and people move on
Even though I'm no longer in your arms
Thought the mountain would crumble
And the rivers would bend
But I thought all wrong and the world did not end
Guess the maps will just have to stay the same for a while
Didn't even need therapy to rehabilitate my smile
Rehabilitate my smile

Thought I'd cry for you forever
But I couldn't so I didn't...

Abaixo, o link da canção, muito bem interpretada, com um fundo instrumental caracterizando um "blues".

http://www.youtube.com/watch?v=LoGFQ0AcXmc

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A SAÚDE DO RIO

Cantado em várias canções, famoso pela beleza, de fato o Rio de Janeiro continua lindo.
O Rio ama estar na mídia, ser capa de revistas. O calçadão de Copacabana tem que estar em evidência e o Cristo, sempre de braços abertos. O morro da Urca com seus shows, a Lapa, berço da Boemia, o Maracanã sediando verdadeiros eventos esportivos e grandes shows! A Rocinha? A Rocinha virou ponto turístico. Castelo das Pedras recebe turistas do mundo inteiro. Tudo isso realça a imagem que os governantes do Rio amam preservar: "O paraíso de gente feliz!" Tudo para "inglês ver" e aplaudir.

Mas há um Rio de Janeiro onde não querem expôr nas revistas mundiais, o Rio da Saúde Pública. Nada tão maravilhoso. Uma lastimável vergonha.
A saúde pública no Rio é uma verdadeira junção de todo o descaso com o ser humano, e de toda a demagogia das campanhas políticas...
Há falta de gestão, faltam profissionais de saúde, falta segurança, faltam medicamentos. Há poucos médicos para muita demanda, processos administrativos arcaicos, pessoal com um jaleco branco já se auto-etitulando "doutor".
Os cidadãos mais humildes que precisam deste sistema, se vêem tratados como animais, literalmente jogados na grande sala de espera, enfrentando longas filas, sendo "empurrados" de um hospital a outro, muitas vezes são atendidos nos corredores, porque não há leitos. São vítimas de laudos errados, erros cirúrgicos, infecção hospitalar, abandonos e descasos.

Paralelamente a isso tudo se vê um preparativo para uma grande festa! "As Olimpíadas virão" e nessa brincadeira, o Governo prevê um orçamento de 29,5 bilhões de reais, que serão investidos em estrutura urbana e esportiva para que o Rio possa receber de braços abertos, os turistas que virão dos 4 cantos do mundo, prestigiar a festa.
Sou contra às Olimpíadas no Rio. Acredito que se deva primeiro cuidar da grave doença que há no sistema público de saúde na Cidade, investindo em novos hospitais, novas estruturas, repensar o uso da verba pública, combater a impunidade, as fraudes, revisar a gestão hospitalar e investir em pesquisa, para depois sim, pensar em fazer eventos esportivos e shows.
Num contexto onde se habita descaso com a saúde, uma doença crônica na educação, (que eu nem quero entrar nesse mérito) é muito mais bonito fazer olimpíadas, porque é isso que sai nas capas das revistas, afinal, o Rio precisa manter a fama de "Cidade Maravilhosa".